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sexta-feira, dezembro 07, 2007

Eleições DCE-Ufam: vitória da despolitização

Neste dia 5 de dezembro aconteceram, nas unidades acadêmicas da Ufam, as eleições para a diretoria do Diretório Central dos Estudantes da Ufam (DCE-UFAM). Quatro chapas concorriam:

1)Chapa 10 - "Vamos à Luta - O Tempo não Pára"
2)Chapa 20 - "Um novo Rumo"
3)Chapa 50 - "Reconstrução"
4)Chapa 60 - "Atitude Coletiva"

A chapa 10 tivemos como eixo central de campanha a luta contra o REUNI, decreto presidencial que tem uma série de medidas devastadoras ao Ensino Supeior Público brasileiro. Visa um inchamento da Universidade, ao invés de seu crescimento qualitativo, com cursos de curta duração, aprovação automática (aos moldes do fraquíssimo Ensino Médio brasileiro) e um aumento no trabalho dos docentes. Nossa intenção na campanha foi de falar do REUNI e defender sua derrubada através da mobilização, como as ocupações de reitorias que 16 Universidades tiveram (Agora, 10).

A Chapa 20 não teve um eixo político bem definido. Nada além de propostas superficiais, que todas as chapas possuiam, mas sem um debate claro de concepção de Universidade Pública. Teve um peso financeiro importante, não se sabe ainda de onde, no dia da eleição.

A Chapa 50 não diferia muito em alguns desses aspectos. É um grupo reacionário que apóia o REUNI do Governo Lula e procurava derrubar qualquer ânimo que poderia servir de resistência ao decreto. Também teve um peso estrutural importante no processo e também usa de discurso oportunista, desqualificando outras chapas por não possuir peso em curso x ou y.

A Chapa 60 teve uma campanha inexpressiva.

Houve pouco tempo efetivo de campanha, o que é um problema pra se ter um bom número de votos e uma eleição politizada. O resultado é um peso grande da chapa mais endinheirada e do tamanho da chapa no dia da eleição, além de muito voto pela amizade, ou pela chapa "que mais representa o meu curso".

É verdade que isso acontece também num contexto de desgaste das entidades na Ufam e desmobilização geral dos estudantes. Mas de modo algum isso justifica tamanho oportunismo de suas direções.

A gestão ainda não empossada, Um Novo Rumo, não denota novidade ou reconstrução do DCE. É sua continuidade. Um grupo que reivindica não ligação com nenhum partido, mas tem uma postura bastante direitosa. O que se pode esperar dessa gestão? Certamente não uma que lute e mobilize os estudantes da universidade contra os maiores ataques sofridos em muitos anos; não uma gestão que lute pelo passe livre, que se dê ao trbalho de politizar a base contra o aumento da tarifa de ônibus.

A saída é construir uma oposição que o faça de forma consequente.

 
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